Sociologia e transformação
JOSÉ Roberto Cabrera[1] Para compreendermos o alcance e os limites da obra teórica de Marx é necessário compreender as condições históricas e teóricas onde esta se desenvolve. Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renania, região desenvolvida à oeste da Alemanha, em 05 de maio de 1818. Filho de um advogado, transfere-se na infância para Simeonstrasse onde reside até 1835. Marx vai para a universidade de Bonn, onde cursou dois semestres, transferindo-se posteriormente para Berlim em 1836. Por influência paterna matriculou-se inicialmente no curso de Direito, mas optou pela filosofia. Concluiu seus estudos na Universidade em 1841 com a apresentação de uma tese cujo título era “A diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e a de Epicuro”, conseguindo a titulação de Doutor em filosofia. A Alemanha que Marx conheceu era um país que ainda não havia se unificado, e boa parte das transformações capitalistas operadas pela Revolução Industrial na França e Inglaterra caminhavam vagarosamente sob comando da aristocracia agrária conhecida como junkers, sinal da persistência de relações feudais em seu território. A região da Renania era desenvolvida do ponto de vista capitalista e mais progressista no aspecto político. Na universidade Marx aproximou-se do pensamento de Hegel[2], freqüentando os círculos dos “jovens hegelianos de esquerda”. Os pensadores vinculados, de alguma forma, com o hegelianismo progressista partiram para a crítica à monarquia prussiana, utilizando-se do racionalismo para exigir mudanças de caráter democrático e liberal. Após abandonar a vida universitária Marx trabalhou na recém fundada “A Gazeta Renana”, jornal de tendência liberal, apoiado pelos hegelianos e por setores da burguesia progressista da Renania. Alcançou o posto de editor chefe do jornal, abandonando-o pouco antes da interdição imposta pelo governo prussiano ao jornal. Marx transfere-se