Sociologia Empírica do Lazer
O livro “Desenvolvimento sem trabalho” fala da possibilidade de vivermos um futuro sem trabalhar – ou com poucas horas de trabalho. Começando pelas dez teses, De Masi cita que o progresso humano nada mais é do que um longo percurso do homem rumo à intencional libertação, primeiro da fadiga física e depois da faina intelectual. Em alguns casos as invenções tecnológicas e estruturais foram fomentadas pela necessidade de suprir a falta de escravos ou de proletários, e em outros, foram as invenções tecnológicas e estruturais que determinaram a libertação da mão de obra. Este fenômeno, primeiramente visto como desemprego e ameaça ao equilíbrio social, depois é percebido como libertação da escravidão, da carestia e da tradição. É citada certa diferença entre a sociedade greco-romana e a industrial. A primeira havia aprendido a enriqueces seus poucos objetos de significados e a outra preferiu enriquecer-se de objetos sem significados qualitativos. Enquanto o avanço tecnológico ficou estagnado por vários séculos antigamente, agora eles caminham a tal velocidade que o equilíbrio entre oferta e procura de trabalho fica rompido, com um crescente acúmulo de mão de obra. Nossa sociedade busca por sempre menos trabalho humano para fabricar mais e prestar mais serviços e logo haverá um imenso aumento do desemprego. Assim como a escravidão declinou ao longos dos anos, está chegando a hora para o mesmo acontecer com o trabalho. Apesar de tudo, nos recusamos a aceitar que a libertação do trabalho admite formas de vida muito mais livres e felizes, trazendo uma riqueza é mais bem distribuída, uma autodeterminação sobre as tarefas, uma atividade intelectual mais rica em conteúdos, uma maior importância à estética e à qualidade de vida, e, finalmente, um maior espaço para a auto realização subjetiva – isso tudo implicando na necessidade de nova formas de política, novas formas de bem estar,