Sociologia das organizações
(Marcela Marques Serrano) Um dos grandes problemas da sociologia no Ensino Médio talvez seja resolver o impasse de ter que definir o conceito de sociedade logo nas primeiras aulas sem antes ter esclarecido o aluno sobre a existência de diferentes correntes teórico-metodológicas, o que implica na ocorrência de concepções também diversas sobre tal conceito.
Na tentativa de ao menos colocar esta questão, comecemos pelos clássicos Emile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, todos de frente para a sociedade capitalista do final do século XIX, tentando compreendê-la, seja do ponto de vista conservador ou crítico.
Émile Durkheim (1858 – 1917) Para este autor, a sociedade é um conjunto de regras e normas, padrões de conduta, pensamentos e sentimentos que não existem apenas na consciência individual; os sentimentos não estão no coração, mas sim na existência social: nas instituições, que são encarregadas de instituir nos indivíduos tais valores e referências. Antes de nascermos já está tudo aí, seremos moldados por ela e, quando morrermos, não irão para o túmulo conosco.
Para este autor todas essas regras, normas e instituições são estabelecidas por leis sociais, que teriam as mesmas características das leis naturais, isto é, regem os fenômenos sociais independentemente da vontade dos indivíduos. Sendo assim, as regras e padrões, valores e leis, estariam sempre adequadas à manutenção da ordem e do bem comum.
Como podemos perceber, Durkheim concebe a sociedade como um “todo harmônico” (onde existe um bem comum) tal qual um organismo, ele chega a dizer que da mesma maneira que, num corpo vivo, certos órgãos ou tecidos recebem maior irrigação sanguínea por desempenharem funções vitais, na sociedade, certas classes que exercem ocupações fundamentais devem necessariamente ser privilegiadas. Assim se explicaria inclusive a concentração de poder e riquezas nas mãos da burguesia industrial, classe à qual o autor não