Sociologia da Infância
CORSARO, William A. Sociologia da infância. Tradução de Lia Gabriele Regius Reis. São Paulo: Artmed, 2011, 2ª ed. 384 p.
TEORIAS SOCIAIS DA INFÂNCIA
Sociologia redescobrindo a infância
Este primeiro capítulo trata do ressurgimento do interesse em se estudar as crianças no contexto social, especialmente pela sociologia. Historicamente percebe-se que até 18 anos atrás eram pouquíssimos ou praticamente ausentes os trabalhos que se voltavam para as crianças na área sociológica. Hoje, porém, muito diferentemente, diversos materiais têm sido publicados abordando questões teóricas e trazendo conclusões empíricas sobre o estudo sociológico da criança e da infância. Mesmo demorando, é importante observar esse desenvolvimento da socialização da infância. Mas, porque as crianças ficaram a par da sociologia por tanto tempo?
No redescobrimento da criança pela sociologia, o autor percebe junto com Jens Qvortrup que as crianças foram marginalizadas por serem dependentes nas sociedades, por estarem em uma posição subordinada e por causa das concepções teóricas de infância e de socialização. Geralmente as crianças não são vistas como são, mas como serão um dia, futuros adultos que ocuparão lugar e que trarão contribuições para a sociedade. A criança, suas necessidades e desejos são motivo somente de preocupação, de problemas sociais que precisam ser solucionados. Desta maneira, estes pequenos seres humanos acabaram ficando a par na estrutura social formada por adultos, inclusive no campo de pesquisas teóricas.
Além disso, é notável que, ao contrário de outros grupos de minoria como mulheres e negros, as crianças não têm nenhum representante entre os sociólogos. Entretanto, indiretamente, outros trabalhos sobre minorias sociais acabaram chamando a atenção para o abandono das crianças, principalmente aqueles relacionados às ideologias de gênero, resultando em significativos estudos sobre criança, gênero e identidade.
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