Sociologia como arma de combate
Ao analisar o trabalho realizado por Pierre Bourdieu pode-se destacar seu esforço para transformar a sociologia em algo útil a sua época, questionando e denunciando os aspectos observados. E o estudioso alcançou tal feito por meio do pragmatismo da visão de quem está analisando a realidade como parte dela, inserido nela. E sua busca dava-se através de descoberta das causas objetivas como das razões subjetivas que impulsionavam as pessoas a fazerem o que faziam.
Capital cultural
A cultura são os valores e significados que orientam e dão significados e personalidade a um grupo social. Já o capital cultural é uma metáfora criada pelo o sociólogo Pierre Bourdieu para explicar como a cultura, adquirida principalmente na família, é utilizada para acentuar as diferenças, transformando-se em instrumento de dominação de uma classe social sobre a outra.
Para o estudioso, os alunos provenientes de famílias com maior poder aquisitivo trazem uma maior bagagem cultural, uma vez que tiveram maior acesso ao conhecimento culto e letrado disponibilizado no seio familiar. Dessa maneira, fica mais fácil a apropriação com os ensinamentos escolares.
E é na escola, tida como o local no qual o conhecimento é transmitido de forma democrática a todos os alunos, que Bourdieu percebeu que o ensino não seria repassado da mesma maneira a todos os integrantes. Existiria um descompasso entre a competência cultural exigida e promovida pela escola e a competência cultural apreendida nas famílias dos segmentos mais populares. Intensificando o que ele chamou de “arbitrário cultural dominante”, ou seja, a cultura da classe social dominante impor-se sobre as demais. O que ratifica a “violência simbólica”, observada principalmente nas relações de trabalho, na qual a interiorização da cultura dominante é feita por meio de uma imposição dissimulada.
Como a trajetória dos bem-sucedidos é encarada por todos como esforço recompensado, foi possível distinguir 3 estratégias de