Sociologia aplicada

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Quando nascemos podemos dizer que somos apenas um corpo biológico provido de alguns poucos instintos necessários à nossa sobrevivência: chorar ao sentir fome ou sede, dor ou frio; sugar o leite materno; realizar necessidades fisiológicas, por exemplo.
Na medida em que vamos crescendo e tomando consciência de nós mesmos e dos outros, começamos a interagir com um mundo que já existia antes dele, e aqueles instintos, tão necessários nos primeiros anos de vida, vão sendo moldados em função das exigências culturais presentes no interior da sociedade em que vivemos. Aos poucos, percebemos que chorar para saciar a fome não é mais tão eficiente, porque entedemos que existem horários padronizados para a alimentação. Percebemos também que nossas necessidades fisiológicas não podem ser realizadas em qualquer

lugar, descobrindo, a partir da intervenção de outras pessoas, que existe um lugar específico onde tais necessidades podem ser satisfeitas sem constrangimentos.
Um conjunto variado de outras formas de se comportar vai sendo apresentado, de modo a ajustar-se aos padrões culturais predominantes em nossa atmosfera social. Dizemos, assim, que o ser humano vai ingressando gradualmente num mundo dominado por maneiras de pensar, de agir e de sentir anteriores ao seu nascimento, e as quais lhes são transmitidas através de um longo processo de aprendizado que o acompanha do nascimento até boa parte de sua vida adulta.
De acordo com este raciocínio, desconstruímos a ideia segundo a qual o comportamento humano advém de sua natureza biológica, uma vez que não trazemos em nosso código genético – ao contrário dos outros animais – os padrões de comportamento que nos guiarão no percurso de nossas vidas em sociedade.
Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais significativo dizer que o homem constrói sua própria natureza, ou mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo.

Desse modo, dizer que os

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