Sociologia aplicada
Sempre que vou à cidade ligo pra me aproximar, para manter os laços que me ligam a você. O começo foi tudo muito mágico, muito rápido, muito alegre, mas agora as coisas andam a passos lentos devagar e quase parando, em nossa primeira jornada amargamos quatro meses de ausência e se por um lado é bom por aumentar a saudade, sensação prazerosa que nos permite lembrar com felicidades momentos e movimentos outrora bem vividos. Por outro lado deixa uma lacuna perceptível aos observadores mais atentos, e esses são os mais perigosos pois articulam até atingir o âmago da situação, fragilidade espontânea carência latente e descontrolada, tudo corre risco e por existir possibilidades de preencher esse vazio sinto até calafrios. Tudo isso me causa desconforto por não ser livre moralmente para respirar outros ares, e nem quero fazê-lo, quero mais é lhe sufocar, tirar-lhe o ar. E se eu vacilar e se eu não conseguir ser forte e se ela de repente me ganha?
Não se preocupe não existe, ainda não existe, vale a pena esperar e eu espero. Sei dos seus anseios e necessidades e espero que você seja forte. Ultimamente meu banho é mais demorado assim conheço menos minha mente que meu corpo. Não supera nem de longe sua ausência mas me mantém firme. Assim eu vou andando a favor do vento com lenço e com documento eu vou, por que sim? Por que sim?
Talvez por te querer talvez por te merecer.
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