Sociolagia
Para Harvey existe a necessidade, enquanto socialista, de uma teoria da mudança social. Nesse sentido ele vai beber da teoria esboçada por Marx no Capital. Em sua teoria da mudança social, Marx aponta alguns “momentos” constitutivos da totalidade aos quais Harvey acrescenta outros no sentido de preencher as lacunas da teoria de Marx. Em seu conjunto são eles: as relações sociais, relações com a natureza, tecnologia, processo de produção, reprodução da vida cotidiana, concepções mentais, arranjos institucionais e administrativos.
Marx, segundo Harvey, ao discutir no Capital a transição do feudalismo para o capitalismo analisou alguns desses momentos em constante interação dialética, não havendo primazia de um sobre outro e sim uma co-evolução, a transformação de um implicando o reordenamento da totalidade.
A partir da análise da transição feudalismo-capitalismo, Harvey argumenta, é possível pensar, e provavelmente o próprio Marx o fez, a transição do capitalismo para o socialismo. A teoria da mudança social de Harvey é, portanto, marxiana e dialética.
Não é tão fácil perceber uma relação direta da tese do autor com a seção sugerida, principalmente por se tratar da seção de um capítulo do livro. Todavia, interpreto-a como parte de um alicerce teórico que vai possibilitar a rejeição das idéias de pós-capitalismo e pós-industrialismo, frequentemente associadas à idéia de pós-modernismo, mais adiante.
Harvey, em sua tese, identifica mudanças culturais e político-econômicas significativas na década de 70. Com a crise desta década há uma reconfiguração dialética dos