socio
1- Descreva como Durkheim e Karl Marx abordaram a questão do trabalho na sociedade capitalista ocidental.
R: Para Marx, a divisão da sociedade em classes é definida pela posição ocupada pelos indivíduos no processo produtivo. No capitalismo industrial, as duas principais classes são a burguesia, formada pelos proprietários dos meios de produção (máquinas, ferramentas, matérias-primas), e o proletariado, que detém apenas sua força de trabalho e se vê obrigado a vendê-la aos burgueses. A exploração do trabalho começa com a expropriação dos meios de produção do trabalhador. Com a ascensão do capitalismo, restou ao trabalhador somente a força de trabalho, que é, então, vendida. Nas sociedades capitalistas o trabalho é empregado para produzir um objeto com valor de troca, destinado à venda — uma mercadoria. Como a mercadoria é propriedade do burguês, o excedente econômico (lucro obtido com a troca ou venda do produto) também fica com ele. Como consequência dessa divisão social do trabalho na sociedade capitalista, o trabalhador é submetido a um processo de alienação, em que ele não reconhece como seus os resultados do trabalho que desempenha. Ao contrário da visão crítica estabelecida por Marx, Durkheim argumenta que a intensa divisão social do trabalho possibilita a existência de coesão e solidariedade social. Émile não usa o conceito de solidariedade como sinônimo para ações altruístas, mas como todo tipo de elemento ou característica que explica a harmonia entre os indivíduos de uma sociedade. Segundo ele, o grau de especialização da divisão do trabalho pode gerar dois modelos de solidariedade social: a solidariedade mecânica e a orgânica. A solidariedade mecânica é típica de sociedades pré-capitalistas, marcadas por baixa divisão social do trabalho. É construída a partir de uma forte identificação dos indivíduos com os costumes da comunidade, num contexto em que a