Sociedade
Alguns chamam esta contemporaneidade de pós-modernidade, talvez daí derivasse o título do ciclo de conferências (Muito além = pós). Aliás, parece que tudo hoje é pós. Pós-isto, pós-aquilo (neologismos com hífens). O que desperta questionamentos de toda ordem, pois vivemos num tempo complexo, mesclado de espetáculos naturais e artificiais, interdisciplinaridades, influências de todas as partes, e imersos num mundo de culturas híbridas (pensamento complexo e cultura híbrida são termos de Edgard Morin).
Mas esta é uma discussão de grande dimensão. Fica para outra oportunidade. Pois bem, voltando ao ciclo de conferências, lá pelo terceiro/quarto dia, eis o meu espanto: menos de 10% dos participantes (talvez nem isso) conheciam o livro de Guy Debord. Averigüei esta situação sentando em locais diferentes, dia após dia, e perguntando aos participantes se tinham ouvido falar do autor. Um comportamento até certo ponto meio cara-de-pau, mas valeu a amostragem. Observei também que a organização do evento não observou uma demanda básica e potencial em torno do livro, pois havia pessoas de áreas distintas de conhecimento e interessadas no assunto. No fim das contas, somente Eugênio Bucci tangenciou, em premissas básicas e conclusões apressadas, o livro de