Sociedade do conhecimento
INTRODUÇÃO
Tomando por base as idéias do filósofo Thomas Kuhn (apud
Alves-Mazzotti & Gewandsznajder, 1998; Chaui, 1999;
Marcondes, 1994; Plastino, 1994), é possível deduzir que a história da ciência apresenta momentos de estabilidade teórica e momentos de revolução científica.
Na primeira concepção, está caracterizado o que Kuhn denomina de ciência normal, isto é, a pesquisa científica tem por base um determinado eixo, e os problemas e as soluções que emergem estão nele inseridos. Nesse contexto de normalidade, as teorias não são refutadas em sua essência, mas reforçadas por hipóteses auxiliares, deixando
“... as regras básicas do paradigma inalteradas, sem mudanças fundamentais [o que] permite a prática de uma pesquisa detalhada, eficiente e cooperativa” (Alves-
Mazzotti & Gewandsznajder, 1998, p. 25).
Na outra concepção, a de revolução científica, ou – se quisermos – a de crise de paradigmas, vamos constatar mudanças conceituais, de visão de mundo e a insatisfação com os modelos vigentes. Essas mudanças são provocadas por questões internas – resultantes do esgotamento teórico e metodológico de determinado fenômeno – e por questões externas – representadas pelas alterações socioculturais, ocorridas em dado período, que não mais aceitam os modelos teóricos disponíveis (Marcondes,
1994). Está instalada a crise de paradigmas que trará, no seu bojo, nova concepção científica, capaz de resolver os problemas/questionamentos que emergiram durante a ruptura, bem como de incorporar, parcial ou totalmente, os conhecimentos da teoria anterior (Alves-Mazzotti &
Gewandsznajder, 1998; Chaui, 1999).
E assim, desde a Grécia Antiga até nossos dias, assistimos a momentos de normalidade e a momentos de ruptura e deles participamos, quer quando discorremos sobre racionalismo versus empirismo versus construtivismo social; quer quando confrontamos ciência antiga com ciência moderna; quer quando discutimos contemplação
versus