Ao mesmo tempo em que a tecnologia aproxima as pessoas, ela separa e inibe a socialização. O WhatsApp é um exemplo claro desse problema, que terminou por se tornar um distúrbio na sociedade pós-moderna. Os adeptos ao WhatsApp crescem em ritmo acelerado, chegando a 350 milhões de usuários. Os números representam uma amostra clara da realidade: os usuários do WhatsApp estão por toda a parte. Poucos são os que estão conversando olho no olho ou, pior, raros sãos os que estão se comunicando por meio da fala: as mensagens instantâneas roubaram as vozes dos lábios, foram os dedos que passaram a ser os grandes comunicadores. Seguindo uma perspectiva sociológica, é possível perceber diversas mudanças. Uma transformação óbvia é a prática cultural pós-moderna, que vêm sofrendo uma mudança abissal. Émile Durkheim, teórico considerado um dos pais da Sociologia, parte do princípio de que o homem seria apenas um animal selvagem que só se humanizou por causa da sociabilização, ou seja, porque foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. Entretanto, a socialização vem regredindo. Pode-se dizer que a sociedade existente no pós-modernismo é saturada pela tecnologia eletrônica de massa e individual. Tal processo possui algumas consequências como a distorção do real (também chamada de sociedade do espetáculo), desrreferencialização do real e desubsstancialização do sujeito, individualismo e distorção de valores. Em contraponto às filosofias pós-modernas, o marxista Berman definia o modernismo de uma forma curiosa. Pra ele Ser moderno é encontrar-se num ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, transformação de si e do mundo – e, ao mesmo tempo, que ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. Os ambientes e experiências modernos cruzam todas as fronteiras da geografia e da etnicidade, da classe e da nacionalidade, da religião e da ideologia; nesse sentido, pode-se