sociedade contemporanea
"Obrigada por razões profissionais a me transferir para São Paulo, me encontro sozinha e sem amigos. A cidade me sufoca durante o dia e me isola à noite num pequeno apartamento de bairro. Não sei o que fazer, não tenho a quem recorrer, às vezes chego quase ao desespero. Quero gente para conversar e para conviver. Ajude-me, por favor. Cartas para "Solitária desesperada", Jornal... etc.." [1] .
Pedido de socorro como esse, acima, está se tornando freqüente em São Paulo e em outras grandes cidades. Razões profissionais e casamentos dos filhos, são os principais motivos para deixar os pais sozinhos; separação conjugal, viuvez, e não ter conseguido encontrar o amorda vida, também podem esvaziar o sentido de existência de algumas pessoas.
Há 30 anos atrás as festas folclóricas era um acontecimento social, ansiosamente esperado para encontros e reencontros, também existia o "footing" que animava as praças públicas das cidades interior, casamenteiras amadoras mexiam nos pauzinhos para aproximar os corações mais ou menos desesperançados, as rádios mandavam recadinhos – hoje torpedos – sinalizando a possibilidade de namoro. Muitos desses dispositivos sociais antigos sumiram ou estão em franco declínio, aumentando assim o contingente de solitários.
Nossa sociedade pós-moderna caracterizada pelas comunicações eletrônicas parece mais afastar do que aproximar as pessoas. AInternet como nova onda de comunicação, promete ser um meio de fazer amizades e até uniões amorosas, mas evidentemente é preciso saber ‘mexer’ no computador, na Internet, o que não é costume da geração mais ‘à antiga’. Muitos solitários como a moça acima, deseja mais que um relacionamento virtual, demanda uma companhia real que dê sentido à própria vida.
Não são poucos os que, desesperançados, terminam se virando com a companhia de um cachorro ou um gato. O filósofo