Socialização Primária e Drogas
Em qualquer que seja a fase da vida que estejamos vivendo, as influências do meio estarão presentes fazendo com que nossas experiências se desenvolvam dentro do processo dialético entre a objetividade e a subjetividade. Nesse sentido, a todo momento colocamos elementos do nosso interior para o exterior e este também responde com suas características para o nosso interior. Assim , as experiências de vida são construídas nessa relação. A experiência de cada indivíduo dentro de sua realidade ajuda a construir os valores e características do outro.
Dessa forma, experiências e aprendizados obtidos por uma criança podem repercutir em traços da sua personalidade – muitas vezes percebidos apenas nas outras fases da vida – e até mesmo na forma como a mesma vai compreender certas realidades postas na sociedade. Podemos citar a questão de como as drogas estão sendo compreendidas, principalmente se essa temática tem encontrado espaço para ser discutida durante a socialização primária. Entretanto faz-se necessária uma reflexão acerca da interiorização da realidade.
Segundo
Berger, a sociedade é caracterizada por três momentos: a
exteriorização, a objetivação e a interiorização. Nesta, a criança passa a apreender o mundo como realidade social dotada de sentidos. Assim,
“ Esta apreensão não resulta de criações autônomas de significado por indivíduos isolados, mas começa com o fato do indivíduo ‘assumir’ o mundo no qual os outros já vivem. Sem dúvida, este ‘assumir’ em si mesmo constitui em certo sentido um processo original para cada organismo humano e o mundo, uma vez ‘assumido’, pode ser modificado de maneira criadora ou (menos provavelmente) até recriado. Em qualquer
caso, na forma complexa da interiorização, não somente ‘compreendo’ os processos subjetivos momentâneos do outro mas’compreendo’ o mundo em que vive e esse mundo torna-se o meu próprio. Isto