social
Se na sociedade primitiva a maneira de organizar o tempo estava ligada à organização social e às formas de religião, como observado por Durkheim e Mauss (1963) na obra Primitive Classification, na qual “a divisão entre dias, meses, anos, correspondem à periódica ocorrência dos fatos dos ritos, das festas e/ou cerimônias públicas” (SICHEL, 1989), percebe-se que as transformações na vida social em função de novas tecnologias de comunicação e transporte começaram já no século XIX, quando cada cidade, vila ou aldeia tinha seu padrão de tempo. Com a construção das ferrovias, houve uma constante pressão para calcular o tempo em níveis supralocais, o tempo universal padronizado. A influência de novas tecnologias nos hábitos sociais é constante. Trata-se de uma mudança contínua, em que, conforme vão surgindo novas tecnologias, a experiência com relação ao tempo e espaço também vai se transformando.
Atualmente, com as tecnologias de mobilidade disponíveis, como celulares, laptops, tablets, redes WiFi, 3G, entre outras, há um novo advento na história da telecomunicação com “uma disjunção entre o espaço e o tempo” (THOMPSON, 2008, p. 36), no sentido de que o distanciamento espacial não mais implica o distanciamento temporal.
Com a popularização do acesso à Internet, mais especificamente dos aparelhos mobile e tablets, constata-se uma nova relação no ambiente social, interferindo não só na questão temporal e espacial, como também na formação de sentidos.
Essas mudanças estruturais e institucionais que surgem com os aparatos tecnológicos e, mais recentemente, com as tecnologias de informação e comunicação criam um novo cenário de relacionamento entre diferentes economias e culturas, fazendo com que se influenciem mutuamente.
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