Sobre a humildade

Sobre a humildade

A crise
Neste mundo em que vivemos, é evidente a ausência de respeito, solidariedade, justiça, equidade que caracterizam a sociedade actual desprovida de valores, em que prevalece o desejo de “ter” em vez de “ser”.
É tema recorrente e que não preciso de repetir.
Só quero lembrar que também a crise económica é fruto da ganância, do egoísmo, da vaidade e da arrogância de uns tantos homens poderosos.
Quem procurar, com isenção política, as origens da crise atual irá encontrar-las nas medidas de austeridade, cortes de gastos e da desregulamentação iniciada há 30 anos.
Trinta anos depois, o falhanço do sistema poderia levar os poderosos, e os adeptos dos “mercados”, a reavaliar as suas convicções.
Mas tal é difícil porque a ganância não tem limites, e já se viu que este modelo de austeridade é o caminho mais rápido para enriquecer os ricos, apesar de empobrecer os pobres.

O papel da humildade
Neste contexto, a humildade é muito importante como factor indutor e catalisador de uma mudança justa.
Humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente. Ou seja húmus: FILHOS da TERRA.
Existem inúmeras frases que classificam esta virtude:
• a humildade é destruidora da arrogância e do orgulho.
• humildade é não agir por ambição egoísta ou por vaidade.
• é cuidar não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.
• é reconhecer o valor dos outros.
• é ter consciência das suas qualidades, mas reconhecer os seus defeitos.
• é olhar para a frente e seguir adiante sem esquecer quem está a seu lado.
A pessoa humilde está sempre disposta a aprender e a deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.
Por isso a humildade é a mais nobre das virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
Citando Allan Kardec (séc. XIX):
• “O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a