Sobre a Globalização do Samba
Jair Martins de Miranda2
É fato que o carnaval do Rio de Janeiro é hoje considerado o maior do planeta e, por conseqüência, vem influenciando muitos outros carnavais no mundo. A instituição carnaval é milenar como bem nos mostra o pesquisador Hiram Araújo 3, no entanto, com o surgimento nos anos 1930 do fenômeno cultural Escolas de Samba no Rio de Janeiro, é cada vez mais perceptível a presença da cultura do samba nos vários carnavais do Brasil e do mundo nos últimos trinta anos. A consagração internacional da cultura popular brasileira deu-se, justamente, com as escolas de samba, que é a maior manifestação de arte em prol da vontade do povo de se divertir, de festejar a vida. Criada pelos setores marginalizados da sociedade, moradores do centro e dos morros da periferia da cidade do Rio de Janeiro, essas escolas se organizaram principalmente para o Carnaval, divulgando o samba para o mundo, não só como gênero musical, mas também como manifestação cultural integral, na medida em que envolveram a dança, o teatro, a literatura, as artes plásticas, a culinária e principalmente, a alegria, componente brasileiro diferencial dessas festas tradicionais e milenares. Portanto, já não é surpresa perceber a forte influência do samba no “Carnival in Aaborg”, na Dinamarca; no “Helsinki Samba Carnaval”, na Finlândia; nos “Samba Parade Paris” , “Samba Parade Marseille” e “Samba Parade Toulouse”, na França; no “Coburg Internacional Samba Festival”, na Alemanha, no “Notting Hill Carnival”, na Inglaterra; no “Asakusa Samba Carnival” em Tókio, Japão; no “Brazilian Day”, em Nova York e no “Brasilian Street Carnival”, em Los Angeles, EUA e, em inúmeros outros carnavais e festivais de samba já consagrados em várias partes do mundo. Vários fatores são usados para explicar essa expansão fenomenal do carnaval brasileiro e do samba no planeta nos últimos anos, mas, em síntese, podemos destacar o próprio fenômeno contemporâneo da