Sobre bullying

1 INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea mundial tem vivenciado muitas preocupações em diversos setores: nas relações sociais, políticas, econômicas, ecológicas e educacionais, bem como com os seus reflexos no futuro da humanidade e do planeta. Essas preocupações são oriundas da forma como a sociedade tem construído a história da civilização, em que prevalece a dominação, a exploração e a competição (CORREA, 2006).
O aumento assustador da violência física, moral e simbólica, concretizadas por meio de guerras, da miséria, da fome e da negação condições dignas de existência, dentre outras formas de depreciação da condição humana, as quais são submetidas milhares de pessoas no planeta, são reflexos de um mundo que vive da competição e da individualidade, uma vez que igualdade, respeito mútuo, dignidade, cooperação e solidariedade são valores pouco cultivados.
“A escola, espelho desta sociedade, como não poderia deixar de ser, está repleta de conflitos e, nos últimos anos, a violência vem se destacando nesta instituição e tornando-se objeto de estudo para muitos pesquisadores” (CAMARGO, 2009, p.14). A instituição escolar, também reconhecida como um dos locus de desenvolvimento pessoal e coletivo, espaço de socialização do saber e de promoção de valores, está vivenciando uma crise de relações sociais, à medida que se torna palco de inúmeros casos de violência, fenômeno cada vez mais evidente e assustador em todo Brasil. Assim já não possibilita a sensação de segurança desejada, por pais, alunos, professores e autoridades (ROCHA, 2009). É comum ler, assistir ou escutar reportagens divulgadas na mídia abordando a questão sobre a banalização da violência, que vem se alastrando como uma epidemia no cotidiano escolar, se transformando em um interessante produto midiático. Casos de agressão também são registrados através de vídeos e compartilhados pela rede mundial de computadores, que se tornam atração nos celulares de crianças, adolescentes e jovens estudantes.