Sistema imune e humoral
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada
Autores: Gabriela Trentin Scortegagna e Vinícius Pinho dos Reis
Modulação da resposta imune: Mecanismos de Regulação e sua Aplicação Clínica
Ao observarmos o curso de uma resposta imunológica montada frente a um antígeno, percebemos que diversos são os componentes imunológicos envolvidos em tal processo, desde o início da resposta, pelo contato com o antígeno, até a contração da resposta mediante a eliminação do agente estimulante. Apesar de, didaticamente, separarmos os componentes do sistema imunológico, todos atuam mutuamente e em colaboração para o sucesso da eliminação do antígeno. Como já sabemos, os mecanismos efetores envolvidos neste processo são variados e muito potentes em sua ação, evidenciando a necessidade de mecanismos reguladores que garantam a ativação, o direcionamento e a inibição correta de todo o processo imune.
Neste contexto, abordaremos os diversos mecanismos reguladores atuantes e apontaremos as ferramentas terapêuticas que podem ser usadas na prática clínica. Os mecanismos reguladores, cuja finalidade é manter a homeostase do organismo, serão abordados conforme o contexto que atuam nas diferentes fases da resposta imune (Reconhecimento, Ativação, Efetora e Contração).
1. Regulação pelo Antígeno
A presença do antígeno é o estímulo inicial para se montar uma resposta imune, e à medida que a resposta evolui, o antígeno vai sendo eliminado, finalizando a resposta imunológica montada, assim, o antígeno por si só é um fator regulador importante. O antígeno ainda exerce a regulação pela sua permanência, quantidade, natureza e via de entrada no organismo. Na fase de reconhecimento, a quantidade do antígeno é importante para que os componentes imunológicos o percebam e ativem os mecanismos efetores que irão eliminar este antígeno. Em termos gerais, altas ou baixas doses do antígeno podem levar à tolerância,