Sisal: um ouro verde esquecido
Farahyldes Farias Gomes
Monalisa Roberta Lustosa Costa
A Agave Sisalina Perrine, espécie mais comumente denominada de “Agave” ou “Sisal”, é proveniente da parte oriental da península de Yucatan, México. Desde os primórdios, essa região conhece as mais diversas espécies de Agave existentes. No entanto, apenas duas delas são realmente aproveitadas, quais sejam, a já citada e a Fourcraydes Camaire.
A primeira é cultivada a nível mundial. Já a segunda, mais conhecida como “Agave
Branco” ou “Henequem”, não é tão propagada. O Brasil cultiva a Agave Sisalina
Perrine, a qual chegou ao nosso país na década de 40, concomitantemente com a entrada do produto no mercado internacional, como fibra. Ele é explorado economicamente nos
Estados da Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, desde aquela década. A cultura do Sisal é incessante, ideal para as regiões de temperaturas elevadas, que possuem baixa precipitação pluviométrica e solos não tão férteis. O semi-árido nordestino se encaixa muito bem nessas condições, pois tanto o clima quanto o solo da região são pouco favoráveis para o cultivo de outras culturas mais rentáveis. Percebe-se, destarte, o quanto a cultura sisaleira é importante para a economia nordestina. De 1971 a
1978 quase todas as micro-regiões da Paraíba produziram sisal, em torno de 94 municípios. As regiões do Curimataú e da Serra do Teixeira foram as que mais concentraram a produção, tendo muitas de suas cidades dependido quase totalmente do cultivo do Sisal. A partir do final da década de 70, houve um grande declínio por razões mercadológicas. Essa queda afetou especialmente a Paraíba, que foi o principal produtor de fibra do país. Procuramos discutir o quanto a cultura do Sisal foi fundamental para a economia nordestina, e o quanto sua queda a prejudicou. Após esta cultura, não foram introduzidas outras que permitissem a auto-sustentação da região e de seu povo. A