SIQUEIRA
“O artigo estrutura-se sobre a comparação entre o que é trazido pela produção historiográfica recente e o que os livros didáticos e o ensino de História do Brasil oferecem acerca do início de nosso período colonial”.
“Estão aqui apontadas muitas das obras historiográficasque compunham a bibliografia de Brasil I, mas os livrosdidáticos não estão discriminados, nem seus autores e nemseus títulos, embora estivessem disponíveis nos papersentregues pelos que cursaram a disciplina.”
Ainda que outros domínios ultramarinos já estivessempresentes na visão de alguns historiadores das décadas de 1960e 1970 - como Amaral Lapa, Charles Boxer e MagalhãesGodinho, por exemplo -, um dos traços mais fortes na maneiraatual de escrever a história colonial do Brasil é a sua inserção no contexto imperial português. Se, de um lado, isso afasta osanacronismos, pois se entende que foi com o passar do tempoque os portugueses foram incorporando partes do territórioamericano e que o Brasil ainda não existia como unidadeterritorial, conjunto cultural ou político nos primeiros séculos dotempo moderno, de outro lado, deixa ver como a Américaportuguesa participava das relações mercantis, políticas eculturais que se criavam entre as gentes que viviam nosOceanos Índico e Atlântico; isto é, passamos a vislumbrar aporção oriental da América do Sul como parte, até mesmo poucoimportante, do Império que incluía Ásia e África(ALENCASTRO, 2000).
“Para compreender a construção do Império ultramarino épreciso conhecer o processo de constituição da monarquiaportuguesa [...].”
“[...] os livros didáticos costumam apresentar para Portugal moderno umasituação modelar em que, como em outras regiões européias, aburguesia comercial