Sintoma

Ler um sintoma
A psicanálise não é apenas questão de escuta é também uma leitura, aqui o bem dizer não é nada sem saber ler, com isso não conseguimos alcançar o que se trata. O bem dizer e o saber ler esta do lado do analista, isso se tratam que bem dizer e saber ler se transfere ao analisante.
A linguagem na psicanálise é uma função que faz ser o que não existe, aqui ele é artificial e nomea o que existe, ela é a criadora do ser. O ser não é um fundamento inquebrável à experiência, ao pensamento, precisamente, pois não existe uma dialética do ser, definindo assim o sujeito do inconsciente como uma falta a ser. A linguagem é real, ela é reduzida a sua materialidade, sendo assim ela se reduz à letra. Trabalha-se a fala, mas nem tudo é tratado pela fala.
Entre o ser e a aparência não há diferença mesmo o ser sendo o oposto da aparência, não é outra coisa senão a aparência.
O suposto sujeito é o sujeito do inconsciente, ele é hipotético. Dizer que o inconsciente é ético é contraditório, pois é o mesmo que dizer que ele é relativo ao desejo, que o analista que inspira o analisante a assumir o mesmo.
O sintoma é a formação do inconsciente, ele se distingue pois é permanente. É preciso que haja sentido para o mesmo ser interpretado. Na psicanálise o sintoma é que há de real, o sintoma na medida em que nos acerta, toca o corpo e o que toca o corpo se repeti. Interpretar quer dizer que reduzimos a coisa nenhuma, é algo além da interpretação, pois o mesmo é fora de sentido.
O que distingue o corpo do ser falante é que o gozo sofre incidência da palavra, o gozo é produzido pelo significante, é que faz com que o gozo do sintoma ser um acontecimento. O analista sustenta o real.
Sendo assim, ler um sintoma é privar o sintoma de sentido. É um funcionamento da interpretação que muda e passa da escuta do sentido á leitura fora do sentido. Pois o que se escuta de fato é sempre o sentido e o sentido busca o sentido. Contudo, o saber ler consiste em manter a distancia, e a