sintese

síntese do livro corpo fala consumo
É através de uma análise antropológica dos símbolos e das imagens produzidas pela indústria cultural, que Everardo Rocha neste ensaio faz sua contribuição ao debate sobre as representações sociais presentes na comunicação de massa. A análise foca em procurar entender como a representação da identidade feminina elaborada pela publicidade “transforma a mulher em um corpo silencioso e fragmentado.” (pág. 39).
Inicialmente o autor vem justificar o porquê dos materiais utilizados na análise serem compostos por anúncios publicados em revistas dos anos 1980. Justamente por acreditar na operação de um tempo cíclico na estrutura dos anúncios publicitários, onde as imagens podem mudar, mas em diversas vezes o seu significado não, destacando que as representações da identidade feminina em anúncios antigos mostram-se bastante semelhantes aos de hoje, em imagens eternas e sedimentadas.
São salientados ainda dois pontos importantes. Primeiro que o material simbólico elaborado pela indústria cultural possui uma relação intensa com a sociedade, pois expressa e representa significados de identificação coletiva. E o segundo que a identidade aqui vai ser vista como fato social, pois abordada pela mídia, abandona o plano subjetivo dando lugar as representações coletivas.
O autor buscar explicar também que a publicidade funciona como um sistema de classificação na vida moderna, relacionando-a ao sistema totêmico de classificação, que “é como certas sociedades encontram coerência no mundo através da troca de mensagens, da tradução recíproca ou do diálogo entre natureza e cultura.” (pág. 49). Caracteriza-se principalmente pela diferenciação e desconsideração do tempo linear para o tempo cíclico. A publicidade nesse caso vem a ser considerada totêmica quando funciona como um sistema de classificação que diferencia através de suas representações sociais e por meio do consumo, que possui conteúdo e estrutura onde seus significados podem caminhar em