Simbolismo
Os autores simbolistas eram poetas que denunciaram e se ressentiram contra a mimese naturalista baseados em teses ocultistas. Buscavam criar no palco uma realidade espiritual superior, um teatro invisível, de poesia pura. Era uma autonomia da imagem cênica em relação à realidade. A palavra era suprema, portanto tudo deveria estar a seu favor. Ao palco se limitava apenas algumas referências que permitissem ao espectador uma liberdade de imaginação, de modo a não interferir no texto falado. A iluminação, por exemplo, era um elemento de considerável importância na composição do espaço ao criar uma atmosfera de devaneios. Durante todo o século XIX a estrutura do palco italiano não foi questionada. Para os naturalistas do final deste século, a distância entre o palco e a plateia era favorável. Os simbolistas, no início do século XX, também aproveitaram essa estrutura, pois a proposta estética exigia o frente-a-frente tradicional: o espectador, em sua posição estática, obtinha uma concentração que o permitia um maior prazer auditivo e visual das belas obras representadas. Essa estrutura era favorável pois era o único modo de manter a relação frontal do público com o pictorialismo da cena proposto pelos simbolistas que foram fortemente influenciado pelas pesquisas gráficas dos pintores de seu tempo. O palco italiano se tornava um instrumento adequado para as propostas simbolistas. Contrários a uma representação mimética, não entulhavam o espaço com cenários. Recusavam qualquer determinação histórica ou geográfica da ação que valorizassem as aparências materiais. O espaço cênico deveria ter um poder de sugestão. Por meio da palavra e da luz desenhava-se no espaço. Ao final do século XIX descobre-se um novo recurso que abre diversas possibilidades para a cena: a luz elétrica. Appia e Craig exploram a novidade e encontram novas funções para esse instrumento que se mostra com grande potencial criador de teatralidade. A luz animava a cena ao