Silagem de colostro pode substituir o leite na alimentação dos bezerros
Pesquisadores desenvolveram uma técnica para armazenar o leite produzido pela vaca nos primeiros dias após o parto.
Do Globo Rural imprimir Quem cria gado sabe: logo depois de parir, a vaca produz o colostro, primeiro alimento do bezerro, cheio de nutrientes e anticorpos que garantem a sua imunidade, um tipo de vacina natural.
O leite mantém características desse colostro até o sexto dia de lactação. É um leite de transição. Nesse período, ele não pode ser comercializado e o bezerro recém-nascido nem sempre dá conta de mamar tudo que a mãe produz.
No caso de animais de alta produtividade, acaba sobrando muito colostro, e como ele não pode ser vendido, muitas vezes o produtor acaba jogando fora essa substância que é tão rica em nutrientes.
Pensando em acabar com esse desperdício, e ainda diminuir custos, os pesquisadores criaram um jeito de armazenar o colostro e usá-lo na alimentação dos bezerros.
O método é simples e foi desenvolvido no Rio Grande do Sul. Mara Saalfeld, veterinária, extensionista da Emater, primeiro tentou armazenar o colostro em latões de leite convencionais, mas não funcionou. Depois, decidiu fechá-lo em garrafas pet e armazenar. “Após um ano e meio eu tive coragem de abrir a primeira garrafa. O produto estava excelente”, conta Saalfeld.
O produto recebeu o nome de "silagem de colostro" e foi visto como uma alternativa vantajosa para o criador. “O produtor precisa de leite para alimentar um bezerro, não tem substituto, até pelo menos 60 dias. Então o produtor deixa de vender o leite, para alimentar essa bezerra. A partir do momento que ele substitui pela silagem de colostro esse leite é vendido e esse lucro é computado como lucro total”, declara a veterinária.
O experimento de campo da veterinária da Emater despertou o interesse de uma série de instituições de pesquisa, que passaram a estudar a silagem de colostro para atestar cientificamente sua eficácia.