Sexualidade e juventude
Resumo:
A sexualidade na juventude tem sido objeto de atenção em nossa sociedade. Um dos principais focos de preocupação e intervenção é a gravidez na adolescência, que é também recorrentemente chamada de indesejada, precoce, não-planejada. Este artigo reflete sobre a atual explosão discursiva em torno desse tema e sobre o modo como a sexualidade adolescente tem sido focada como um problema social frente ao qual a escola é conclamada a intervir. O artigo analisa como a conduta sexual dos indivíduos e da população tornou-se objeto de análise e de diferentes intervenções médicas, pedagógicas, políticas e governamentais. Diferentes campos, como a medicina, a demografia e a educação, articulam-se com o intuito de gerir a sexualidade adolescente a fim de, entre outros, evitar a gravidez, que, em nossa sociedade, não é tida como uma experiência a ser vivida neste período da vida.
Palavras-chaves: educação sexual, juventude, gravidez, sexualidade.
Introdução
“Até que ponto a educação sexual faz falta?” Esta pergunta deu início a um programa de reportagens exibido numa das principais redes de televisão do país em 2004. O repórter anunciava que tratariam sobre o “drama dos jovens que vivem suas primeiras experiências sexuais” e concluía: “Nesse início de século, os adolescentes surpreendem pela pressa: tornam-se pais e mães como se isso fosse apenas mais uma brincadeira.” (GLOBO REPORTER, 2004)
A sexualidade de jovens tem sido assunto freqüente nos meios de comunicação, como jornais, revistas, televisão. A divulgação de alguma nova pesquisa quantitativa ou demográfica serve de mote para que este tema ganhe ainda maior destaque, como ocorreu em 2002, por ocasião da divulgação dos dados do Senso de 2000 e em 2004, quando da publicação de uma pesquisa da UNESCO (CASTRO, 2004). Nesses artigos, programas e debates, o “drama dos