Sexualidade e juventude
Sexualidade e juventude: reflexões sobre a escola1 Fábio Henrique Gulo2 (UNESP) Sexualidade na juventude; Educação escolar, Estudos acadêmicos. ST 51: Gênero e sexualidade nas práticas escolares Após a instituição do conceito cristão de sexo, houve, segundo Foucault (1976), um “aprisionamento das práticas sexuais dentro dos limites estreitos dos interesses procriadores”. Segundo Bozon (2004, p. 26) alguns textos de religiosos “teorizam a recusa ao desejo e ao prazer, de tal forma que levam a uma restrição em direito da atividade sexual apenas à obra de procriação”. O termo sexualidade, ainda segundo Bonzon (2004, p.17), surgiu no século XIX, assim como, no mesmo século, surgiram às primeiras pesquisas que a tiveram como objeto de estudo, resultadas de “uma vontade de saber e [...] um desejo de interpretar os movimentos secretos do corpo”, em uma sociedade que já não aceitava mais a velha retórica religiosa da carne e da procriação. Para Perry (1998), a exemplo desse movimento que busca uma concepção alheia aos propósitos estritamente religiosos outrora impostos, a sexualidade pode ser expressa através do comportamento e do relacionamento entre as pessoas, e assim a define: “a sexualidade é expressa por meio das interações e relacionamentos com as pessoas do sexo oposto e/ou do mesmo sexo e inclui os pensamentos, as experiências, as aprendizagens, os ideais, os valores, as fantasias e as emoções”. Por envolver tantas atribuições psicológicas e sociais, a sexualidade torna-se essencial na maioria dos estudos do comportamento de jovens e adolescentes, principalmente porque, muitas vezes, ela é fundamental no processo de atribuição de definições e de distinção entre crianças e adolescentes ou entre esses e os adultos. Essas abordagens acerca de tal temática são alvos deste estudo, fruto de pesquisa desenvolvida no curso de Pós-graduação Lato Sensu em Educação Especial oferecido