Setor externo brasileiro

Setor externo brasileiro: uma análise sob a ótica da inserção externa

O processo de abertura da economia brasileira iniciou no governo Sarney, foi levado a cabo nos governos Collor e FHC e aprofundado no governo Lula.
A deteriorização da balança comercial se deu na implantação do Plano Real, em 1994, como um plano de estabilização monetária, fundamentada na chamada “âncora cambial”. A balança comercial, que era superavitária, passou de imediato, a ser deficitária em função da valorização da moeda como forma de combater a inflação. A manutenção dessa “âncora” prolongou-se até 1999, quando o governo foi forçado a adotar um câmbio com flutuação suja, que consiste na flutuação da taxa de câmbio, mas sempre dentro de certos limites, normalmente estabelecidos pela autoridade monetária de cada país (Banco Central), que, quando necessário, intervém no mercado.
Nos dois primeiros anos da mudança cambial, o resultado sobre a balança comercial foi tímido. Entre os anos de 2001-2002, os resultados da balança começaram a melhorar, com um novo patamar cambial. Entretanto, essa melhora no saldo comercial se deu mais pela diminuição das importações do que por um aumento das exportações.
As exportações começaram sua trajetória ascendente, a partir de 2003, contribuindo para que as transações correntes fechassem positivas. O atual governo recebeu como “herança” o bônus dessa mudança cambial de 1999.
As principais medidas tomadas com relação à abertura financeira foram:
• Unificação dos mercados de câmbio livre e flutuante, e a extinção da Conta CC5 (contas em moeda nacional mantidas no País, por residentes no exterior), em março de 2005, permitindo assim às pessoas físicas ou jurídicas converterem reais em dólares e fazerem remessas ao exterior sem quaisquer limites;
• Autorizada maior flexibilização na cobertura cambial às exportações, através da ampliação do prazo facultado aos exportadores a retornarem com seus dólares ao País;
• Concessão de incentivos fiscais aos