SERÁ QUE CHEGAMOS NA ERA DO “CADA UM POR SI”?
Os índices de ansiedade geral aumentaram vertiginosamente nos últimos anos. Estamos em melhor condição material do que nossos pais e avós, mas sempre queremos mais. A sociedade nos cobra mais. Estamos no tempo dos índices, dos números, das comparações. Somos estimulados a ser protagonistas de tudo; nunca coadjuvantes, nunca medianos. Só é melhor quem tem mais e os objetos de consumo são de última geração.
Ao longo do último século, nossos laços afetivos passaram a ser menos estáveis e previsíveis. As comunidades locais hoje primam pela dispersão; vale a lei do individualismo. A coletividade deu lugar ao isolamento. A solidão deixou de ser uma opção de vida e passou a ser um pesadelo da humanidade. Os mecanismos desenvolvidos para gerarem segurança vêm aumentando o medo e o sentimento de impotência. O apoio do outro tornou-se escasso e caro.
A impressão que tenho é que o companheirismo foi esquecido e preferimos ficar em nossa própria companhia do que nos aventurarmos no maravilhoso mundo da confraternização. Diante disso, fico analisando se o egoísmo também não vem rondando a sociedade contemporânea. Na Bíblia, está escrito que “Melhor do que dar é receber”. A parte humanidade tem pensado diferente. “Quanto mais recebo, melhor; de preferência que eu não tenha que dar nada”. Não generalizo. Há pessoas que nutrem um enorme prazer em servir e essas pessoas são motivo de surpresa e admiração, como se o servir tivesse sido esquecido do nosso vocabulário.
Afinal, o que temos plantado? O que colheremos adiante?
Infelizmente, temos nos isolado tanto que no meio estudantil, nossos alunos não querem mais trabalhar em grupo. Preferem fazer qualquer trabalho ou atividade sozinhos. Trata-se do individualismo, da dificuldade de compartilhar, do crescimento da concorrência para ver quem é melhor. Porém, no meio adulto, não é diferente.
Sei que a violência vem nos tornando desconfiados. Que alguns indivíduos se aproveitam da