Serviço social
As conseqüências de transitar a atenção à pobreza da esfera pública dos direitos para a dimensão privada do dever moral são: a ruptura da universalidade dos direitos e da possibilidade de sua reclamação judicial, a dissolução de continuidade da prestação dos serviços submetidos à decisão privada, tendentes a aprofundar o traço histórico assistencialista e a regressão dos direitos sociais,do trabalho e da pobreza cada um cuida do seu como puder.
A cultura da “pós-modernidade”, na sua versão neoconservadora, é produzida no lastro do atual estágio do que Harvey (1993) denomina de “acumulação flexível do capital”. Reitera, em contrapartida, a importância do fragmento, do efêmero, do intuitivo e do micro-social. Nessa concepção abrangente, a democracia inclui a socialização da economia, da política e da cultura na direção da emancipação humana.A cena contemporânea reclama, com urgência, um tempo de “política dos cidadãos”, como qualifica Nogueira: concentrada no bem comum, no aproveitamento civilizado do conflito e da diferença, na valorização do diálogo, do consenso e da comunicação, na defesa da crítica e da participação, da transparência e da integridade numa operação que se volta para uma aposta na inesgotável capacidade criativa dos homens.
Os assistentes sociais também são seus protagonistas sem abrir mão da crítica e do controle social do Estado. Na contramão dos dogmas oficiais, segmentos dos assistentes sociais têm buscado um compromisso efetivo com os interesses públicos, atuando na defesa dos direitos sociais dos cidadãos e cidadãs e na sua viabilização junto aos segmentos majoritários da população, o que coloca a centralidade da questão social para o trabalho e a formação profissional no contexto latino-americano. Esses profissionais afirmaram o compromisso com os direitos e interesses dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços prestados, em