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A discussão do que “a internet” pode fazer pela política, em suas diversas nuances, é um debate injusto com a própria internet. Primeiro, porque não há “a internet”; há, sim, uma variedade de apropriações sociais a partir de um dispositivo tecnológico tão versátil. Segundo, porque a internet não pode ser mais entendida como descolada da vida social das pessoas; não há o virtual e o real, palavras tão propagadas ao longo dos últimos anos.
Especificamente sobre as manifestações de São Paulo e do resto do país – que, imagino, todos já devem estar cientes e, portanto, não vale mais explicações a respeito –, incomoda-me uma redução que se faz hoje da internet para simplesmente “redes sociais”, como se só essas últimas existissem e fosse relevantes. Claro que o “ponto de encontro” das manifestações é o Facebook ou o Twitter, é o locus da comunicação digital atual, transformando-se numa verdadeira plataforma: de um lado, é onde você se encontra com outras pessoas e, do outro, é de onde você parte para outras fontes de informação. Mas, no que tange aos protestos dos últimos dias, foi possível avaliar que essa premissa das redes sociais como plataforma comunicativa se acentuou. Consequentemente, se as redes sociais funcionam dessa forma, verifica-se também a importância de outras formas de comunicação na internet, com funções específicas que contribuem para as manifestações de diversas formas.
Levantei algumas funções da internet para a manutenção e a propagação de informações sobre as manifestações:
Alerta e informação – é a função mais simples e talvez a mais tangencial, isto é, por “informação” entende-se bastante coisa. Mas, do ponto de vista da esfera pública, essa função tem a ver com aparelhar o cidadão com conteúdo diversificado a respeito de determinado assunto. A pessoa lê diversas fontes, acompanha algumas hashtags, comenta eventualmente alguma coisa, passa a seguir alguns perfis, participa de alguma comunidade no