Serviço Social
Ocorre que a população não está satisfeita. Ela crê que muito mais pode e precisa ser feito, por isso, sai às ruas e expõe o seu descontentamento contra os governos de todos os níveis (federal, estadual e municipal) e de todas as bandeiras partidárias.
O fato novo é que uma nova geração (a “Geração Y”) está pela primeira vez de forma contundente e numericamente significativa saindo de seus lares para se manifestar publicamente em torno de idéias consensuais (contra a corrupção, contra a impunidade, contra a politicagem, contra a baixa qualidade de serviços públicos gratuitos, contra alto preço de péssimos serviços públicos pagos e contra a PEC 37).
Assim, não me surpreende este momento histórico tipicamente anarquista. Os cidadãos estão cansados de verem líderes mudarem de opinião e se distanciarem dos ideais que os elegeram como representantes políticos. Do mesmo modo, as legendas partidárias deixaram de ter significado além da busca pelo poder, de cargos e de privilégios aos seus integrantes.
De fato, percebo que apenas a oposição à PEC 37 e a busca pela redução das tarifas de transporte público é que estão mais bem definidas. Quanto ao resto, não existem propostas, mas apenas o sentimento de descontentamento.
Defender que todos os royalties do petróleo sejam destinados à educação poderia ser uma proposta. Defender que a corrupção seja qualificada como crime hediondo também poderia ser outra. Defender o financiamento público de campanhas políticas ajuda a afastar o poder econômico da definição do rumo das eleições. Defender que alterações legislativas profundas (como foi á destruição da legislação ambiental) passem por plebiscitos também seriam idéias interessantes.
A verdade é que todos os políticos (eleitos ou não, de esquerda e de direita) têm que vestir a “carapuça” e entender que a população está dando um imenso puxão de orelhas em