Servidão Moderna
A atual situação da população mundial reflete um comportamento muito similar aos tempos passados. Mesmo com avanços tecnológicos e eras de revoluções, o fato é que nada se cria, tudo se transforma. Escravos da Idade Média passaram então por estágios que os levaram até a Revolução Industrial, onde mesmo depois de muito tempo via-se a alienação promovida pelo empregador perante seu empregado. Pleno século XXI, a situação parece estar apenas tentando ser encoberta por mero pão e circo. A questão principal, que diferencia escravidão de servidão, é o modo como as obrigações são impostas. O ato servil moderno nada mais é do que o cumprimento de imposições por espontânea vontade, nada de chibatadas ou prisão lícita, apenas uma chantagem para mantimento da condição de vida. As prisões maiores passaram de selas para o próprio campo de vivência dos seres vivos. O aprisionamento começa na mente de cada um, provocado por um acontecimento chamado atomização. Esse termo, elaborado pelo professor americano Gene Sharp, representa o modo como seres humanos em massa podem estar isolados, incapazes de trabalharem juntos para alcançar a liberdade ou confiar um nos outros. Jornadas de trabalho se tornam cada vez mais extensas e massivas, passando a criar robôs movidos por baterias, elas podendo ser exemplificadas por nada mais que dinheiro. O sistema capitalista move o mundo. De norte a sul, paredes materiais tampam a visão do trabalhador que torna a aturar o cansaço para saciar seu desejo monetário futuramente. Após todo esse esforço, existe ainda a ilusão do poder de escolha, quando na verdade tudo gira em torno de uma coisa só, de acordo com decisões de poderes maiores. A obediência acaba se tornando uma segunda natureza, onde todos os meios desencadeiam um mesmo destino. Artistas de rua, blogueiros, qualquer tipo de pessoa que tente mostrar para o mundo a realidade que se negam a aceitar, acaba sendo repreendida. A população vê, mas não enxerga. O