Ser professor
Seria pertinente antes de iniciar a minha reflexão sobre o que “é ser professor de Geografia”, reflectir sobre o papel da Escola e do ensino neste início de século.
Uma das características da sociedade actual é o ritmo alucinante das transformações a todos os seus níveis (científicas, tecnológicas, económicas, políticas e, principalmente, sociais), nunca antes experimentado na História da Humanidade. Modos de vida, hábitos, valores e costumes estão em permanente mutação. O mercado de trabalho cada vez menos se apresenta como uma estrutura definida de profissões, para dar lugar a um espaço flexível em que a exigência de novas profissões e especializações impõe a necessidades crescentes de reconversão e adaptação a novas situações.
Em consequência disso, a sociedade de hoje não é mais, a sociedade do saber fechado, estático, tranquilizador. Pelo contrário, a sociedade actual tem como característica a instabilidade, as mudanças excepcionalmente rápidas quer ao nível dos conhecimentos, quer ao nível das técnicas, quer também ao nível das atitudes. O saber hoje é aberto, instável, re-organizável.
Durante muito tempo, a escola foi vista como única fonte de saber e aprendizagem, no entanto, hoje em dia, a aprendizagem adquiria nas escolas representa, uma parcela cada vez menor das aprendizagens que se adquire no dia-a-dia, dada a eclosão fortíssima dos novos meios de comunicação e informação, que prefiguram um cenário de auto-educação e educação à distância. Embora a escola continue a ter um papel importante nas aprendizagens dos alunos, ela hoje já não detém esse "monopólio".
Transformações desta ordem de grandeza conduziram a novas exigências sobre os sistemas educativos, e trazem à escola uma responsabilidade acrescida na definição do seu papel e nas formas de actuação. Pode certamente afirmar-se que a escola e as futuras gerações têm, assim, grandes desafios a enfrentar.
Impõe-se assim, uma