sentipensar autopoietico
Estratégias para reencantar a educação
Maria Cândida Moraes
Doutora em Educação
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Saturnino de la Torre
Catedrático de Didática e Innovación
Universidade de Barcelona
Resumo
Com o termo “sentipensar”, os autores pretendem ilustrar a mudança de paradigma na ciência e suas conseqüências enquanto oferecem estratégias vitais capazes de implicar o professorado numa tarefa por si mesma difícil. Pretendem abrir uma nova via de reflexão e compreensão do processo formativo em consonância com uma sociedade em constante mudança e com as pujantes concepções ecossistêmicas.Cada vez, mais vozes de importantes cientistas que, desde a física, a biologia, a neurociência, a epistemologia, etc., convergem em direção à propostas holísticas e interativas. Se no século XX a educação foi devedora dos racionalistas e empiristas, hoje essas mesmas ciências caminham em direção `a visões caracterizadas pela complexidade, pela indeterminação e interação. Uma educação em sintonia com a ciência e a sociedade do século XXI, não pode seguir aferrada à transmissão de conhecimentos fragmentados e disciplinares, distantes da realidade, mas necessita buscar a globalidade e a inter-relação dos saberes desde a implicação emocional, como motor do conhecimento e da ação.
Este trabalho trata de justificar estes delineamentos através da articulação de três momentos. A fundamentação teórica do “sentipensar” que compreende a linguagem e as emoções como dinâmicas relacionais. O “sentipensar em fluxo”, ou seja, como energia que flui e promove a interação entre mente, corpo e ação, sublinhando o papel do meio e dos meios na construção do conhecimento e no desenvolvimento pessoal. A terceira parte explora alguns efeitos didáticos do “sentipensar”, entre os quais destacamos os procedimentos indutivos, o impacto, os entornos, os ambientes e contextos, assim como o papel relevante dos “momentos”ou das situações onde o fluir faz que