sentimentos do mundo
Por trás dessa retomada histórica há uma visão pessimista de que, apesar dos avanços da modernidade, aquela elite continuava a mesma, com a mesma postura política.
Eu sou a Moça-Fantasma que espera na Rua do Chumbo o carro da madrugada.
Eu sou branca e longa e fria, a minha carne é um suspiro na madrugada da serra.
Eu sou a Moça-Fantasma.
O meu nome era Maria,
Maria-Que-Morreu-Antes.
Sou a vossa namorada que morreu de apendicite, no desastre de automóvel ou suicidou-se na praia e seus cabelos ficaram longos na vossa lembrança.
Eu nunca fui deste mundo:
Se beijava, minha boca dizia de outros planetas em que os amantes se queimam num fogo casto e se tornam estrelas, sem ironia.
Morri sem ter tido tempo de ser vossa, como as outras.
Não me conformo com isso, e quando as polícias dormem em mim e fora de mim, meu espectro itinerante desce a Serra do Curral, vai olhando as casas novas, ronda as hortas amorosas
(Rua Cláudio Manuel da Costa), para no Abrigo Ceará, não há abrigo. Um perfume que não conheço me invade: é o cheiro do vosso sono quente, doce, enrodilhado nos braços das espanholas.
Oh! deixai-me dormir convosco.
E vai, como não encontro nenhum dos meus namorados, que as francesas conquistaram, e que beberam todo o uísque existente no Brasil
(agora dormem embriagados),