Senso
O projeto político-ideológico da Copa foi defendido com base na tradição futebolística brasileira, nas obras de infraestrutura necessárias à atração de turistas e que se incorporariam, definitivamente, ao cotidiano dessas cidades. O Brasil se transformaria em um grande canteiro de obras, com a construção ou reformas de estádios, aberturas de ruas, estradas e rodovias, implantação de linhas de metrôs, de trens convencionais, três de superfícies, de ônibus e construção e reformas de aeroportos. Os marqueteiros colocaram em funcionamento a sua máquina para persuadir a população a pagar a conta.
O primeiro passo da perversidade foi criar a ilusão de que os brasileiros exigiram que a Copa fosse, necessariamente, realizada no Brasil; depois, que deveriam patrocinar o conforto dos turistas, para herdá-lo como legado certificado pelo ‘padrão Fifa’. Depois, criou-se a ilusão de que a população participaria das decisões de forma direta, por meio das audiências públicas, ou de modo indireto, por intermédio das suas instituições. Assim, decidiria sobre: o que fazer? Como fazer? E onde fazer? Para que fazer? Nessa etapa, a mídia tradicional entrou para referendar a ‘transparência’ do megaprojeto da Fifa, para que ele fosse assumido como um projeto de nação.
O governo federal, os Estados e os municípios aprovaram um pacote de leis que dão à Fifa o poder de dizer o que pode e o que não pode ser feito nas cidades-sedes dos jogos. Pode-se afirmar que os