O grande idealizador do liberalismo é Adam Smith, mais especialmente com a publicação de A Riqueza das Nações, em 1776. Smith afirma que se as atitudes econômicas dos indivíduos e suas relações não fossem limitadas por regulamentos e monopólios garantidos pelo Estado ou pelas corporações de ofício, o mundo seria mais justo, eficiente e produtivo. O governo teria apenas três funções: manutenção da segurança interna e externa, a garantia da propriedade e dos contratos e a responsabilidade por serviços essenciais de utilidade pública. Segundo a doutrina liberal, a procura do lucro e a motivação do interesse próprio são inclinações fundamentais da natureza do homem. Elas estimulam o empenho dos agentes, recompensam a poupança, a abstinência presente, e remuneram o investimento. Além disso, premiam a iniciativa criadora, incitando ao trabalho e à inovação. Como resultado, cria-se um sistema ordenador (e coordenador) das ações humanas, identificadas como ofertas e demandas mediadas por um mecanismo de preços. Esse sistema social revelaria de modo espontâneo e incontestável as necessidades de cada um e de todos os indivíduos. O sistema também indicaria a eficácia da empresa e dos empreendedores, sancionando as escolhas individuais, atribuindo-lhes valores negativos ou positivos ; Bentham “a livre concorrência equivale a uma recompensa que se concede àqueles que fornecem as melhores mercadorias pelos preços mais baixos” (BENTHAM, Jeremy, 1795, Manual of political economy). Segundo Smith, sem qualquer intervenção da lei, os interesses e os sentimentos privados das pessoas naturalmente as levam a dividir e distribuir o capital de cada sociedade entre todas as diversas aplicações nelas efetuadas, na medida do possível, na proporção mais condizente com o interesse de toda a sociedade. Para batizar esse aparente milagre, Smith cunhou uma expressão que ficaria famosa: a sua “mão invisível” (http://www.revistas.usp.br/ee/article/view/35918 ) do mercado tornou-se a