Seminário irmãos
Como o machismo, através dos tempos, ainda perdura na sociedade atual e afeta as relações fraternas? Em todos os povos, no decorrer da história da humanidade, as famílias têm considerado o primogênito, principalmente do sexo masculino, com uma deferência especial em relação aos outros filhos. “Apesar de não se sentir tão especial, possui o sentimento de ser mais importante que os demais, em uma posição hierarquicamente superior e com mais responsabilidade.” Se realizarmos um estudo sobre a dinâmica da relação fraterna, principalmente em seus aspectos de competição e de rivalidade, deduzimos que estes sentimentos na história entre irmãos – um subgrupo dentro da família - se fazem presentes “desde que o mundo é mundo”. Na família, o primeiro filho é dotado de muitos privilégios e ocupa lugar único no relacionamento com os pais. A chegada do irmão desloca o primogênito na dinâmica familiar e os grandes cuidados são dirigidos ao irmão recém-chegado. Para o mais velho, a chegada do “estrangeiro” significa instabilidade no equilíbrio constituído. Segundo as autoras do artigo A função fraterna e as vicissitudes de ter e ser um irmão “vários fatores, tais como gênero, diferença de idade, intervenções parentais e temperamento infantil, intervêm na relação para facilitá-la ou dificultá-la.” O comportamento na infância resultará numa relação afetuosa ou de desavenças na adolescência, pois “ao mesmo tempo em que luta para deixar de ser criança, ainda anseia pelos carinhos, proteção e vantagens dessa situação. [...] O motivo principal da discórdia é a demarcação de seu território (quarto inviolável) e o uso de objetos pessoais, sem autorização, danificados, ou não restituídos.” Os vínculos criados entre os irmãos na infância permanecerão até a idade adulta e podem mantê-los unidos mesmo que pertençam a classes sociais diferentes. As relações na fratria