O aumento da utilização dos métodos de diagnóstico por imagem que fazem uso de radiação ionizante, e especialmente da TC, é responsável pelo acentuado aumento da dose de radiação média individual por ano. Atualmente a dose de radiação recebida por indivíduo por ano considerada secundária ao cuidado médico, principalmente na investigação diagnóstica de doenças, ultrapassou a dose recebida decorrente de fatores ambientais (alimentação, gás radônio e outros). Com isso, existe uma preocupação crescente da comunidade médica, das empresas produtoras de equipamentos e mesmo de pacientes em relação ao controle da dose de radiação determinada pelos diversos exames que utilizam radiação ionizante. Além da proteção radiológica ocupacional, a prática clínica utiliza o princípio conhecido como ALARA (As Low As Reasonably Achievable ou "tão baixas quanto razoavelmente exequíveis") para pautar o uso racional desta tecnologia. Considerando, especificamente, a população pediátrica, é importante salientar que as crianças têm risco acentuadamente maior de desenvolvimento de neoplasias relacionadas à radiação, comparativamente à população adulta. Esse maior risco é explicado pela presença de maior população de células sofrendo divisões nos diversos tecidos e órgãos ainda em desenvolvimento e pela maior expectativa de vida em termos absolutos e relativos. Como exemplo, uma criança de um ano de vida tem de 10 a 15 vezes maior risco de desenvolver uma neoplasia maligna do que um adulto de 50 anos de idade para a mesma dose de radiação. Por esses motivos, há uma preocupação crescente quanto à dose de radiação utilizada nos exames radiológicos pediátricos e, em especial, nos exames de TC, com vários trabalhos direcionados para esse tópico abordando ações para redução das doses utilizadas3. Não sabemos ao certo se essa radiação pode causar câncer, mas sabemos que a criança é cerca de 5 vezes mais sensível que o adulto. Também sabemos que a radiação é cumulativa, portanto, o que podemos