Selic
A Selic é a taxa básica usada como referência pela política monetária brasileira. É a média de juros que o governo paga por empréstimos tomados dos bancos. Quando a Selic cai, as instituições financeiras são impulsionadas a emprestarem dinheiro ao consumidor para conseguirem um lucro maior. Quando ocorre o contrário, a Selic aumenta, os bancos preferem emprestar ao governo, que paga bem e oferece mais garantias. Assim, haverá menos dinheiro disponível e o crédito oferecido às pessoas físicas ficará mais caro.
Impacto na economia:
A medida funciona como um mecanismo utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre as outras taxas de juros usadas no país: cheque especial, crediário, cartões de crédito e poupança, por exemplo.
E para o consumidor:
Se os juros caem, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Mas, de acordo com a lei da oferta e procura, quanto maior for a demanda, maiores os preços de produtos e serviços. Resultado: inflação. É isso que aconteceu nos últimos meses. O temor do governo diante desse cenário motivou o aumento da taxa Selic, que foi de 9,5% a 12% ao ano em 12 meses.
Com a Selic baixa, fazer um empréstimo ou comprar a prazo saia mais em conta para o consumidor. Com mais crédito, há mais dívidas. Um levantamento recente aponta que de 2009 para 2010, a renda do brasileiro cresceu 13%, enquanto os gastos subiram 16%. Com isso, 53% das famílias viram suas despesas ultrapassarem a renda.
A questão é que se constrói um ciclo, pois tanto a inflação quanto o encarecimento do crédito afetam o poder de compra e a capacidade de pagamento. Isso significa maior inadimplência. Em abril, o endividamento chegou a 1,5%, em relação a março. Comparado ao mesmo mês do ano passado, a inadimplência alcançou 17,3%.
Hoje, os analistas recomendam que o trabalhador não assuma novas dívidas, já que o crédito está