Seleção Natural e Adaptação
A adaptação é um conceito de grande importância para a biologia evolutiva, cujo marco histórico inicial ocorreu em 1859, com a publicação do livro “A Origem das Espécies”(On the Origin of Species), do naturalista Charles Darwin (1809-1882). Para Darwin, a problemática central que qualquer teoria evolutiva deveria explicar era a adaptação. Em sua teoria sobre evolução, esse problema era solucionado por ação de uma força evolutiva que ele próprio chamou de seleção natural. Entretanto, a adaptação não foi um conceito introduzido por Darwin, o assunto já vinha sendo discutido há décadas por filósofos e por outros naturalistas, muito antes das ideias darwinistas sobre a evolução das espécies e o processo de seleção natural serem apresentadas à comunidade científica.
Assim, desde o tempo dos antigos filósofos gregos, o conhecimento de que os seres vivos estavam adaptados ao ambiente em que vivem era um fato incontestável. A discussão entre vários pensadores não se baseava na existência, mas sim, na origem da adaptação. Alguns filósofos, anteriores a Darwin, até mesmo chegaram a especular que as espécies passavam por transformações, porém eles não desenvolveram explicações para essa observação.
A partir do século XVIII até a época de Darwin, a adaptação foi explicada pela visão criacionista da teologia natural, uma escola de pensamento de grande influência nesse período. Os teólogos naturais, como o pensador William Paley (1743-1805), explicavam as adaptações e as outras propriedades da natureza através da teologia. Assim, o mundo e os seres nele viventes teriam sido planejados e criados por ação direta de Deus, que, ao criar também todas as adaptações, adequou todos os indivíduos aos diferentes ambientes, tornando-os tão bem-ajustados ao seu modo de vida. Problemas encontrados nesta visão: em ciência não se aceita causas sobrenaturais e se Deus criou os seres vivos, quem criou Deus? (regressão ao infinito).
Além das ideias de Darwin