Sei lá
As plantas só colonizaram os continentes há cerca de 400 milhões de anos. Para tal tiveram de enfrentar o desafio de obter e transportar água num ambiente incompa-ravelmente mais seco que aquele onde surgiram, o mar.
Sucessivas tentativas para resolver esse desafio resultaram na criação de raízes e de um sistema vascular especializado para conduzir a água, bem como de uma epiderme impermeável e de estomas para regular a sua quantidade.
A evolução e a especialização tecidular também produziram um sistema para o transporte dos produtos da fotossíntese desde as folhas até aos distantes locais de utilização e armazenamento.
Figura 1.1 – O Sol e a transpiração foliar: os “motores” do movimento de água no interior das plantas.
1.1 Transporte no xilema
As plantas terrestres, seres pluricelulares, absorvem a água e outros nutrientes minerais de que necessitam por intermédio de raízes, tendo depois que os fazer chegar às folhas para serem envolvidos no processo fotossintético. O tempo de difusão (simples) de uma substância é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Isto significa que uma dada molécula demorará 108 vezes mais a percorrer 1cm do que 1μm (1cm = 104μm), pelo que essa molécula levaria menos de um segundo a atravessar uma célula vegetal típica mas mais de oito anos a percorrer um metro! Face à necessidade de um transporte de longa distância (uma sequóia pode atingir os 100 metros de altura), aquela limitação física teve de ser contornada pelas plantas terrestres, que “inventaram” um sistema de transporte constituído por um tecido especial designado xilema, lenho ou tecido traqueano. Este existe nas chamadas plantas vasculares (fetos, coníferas e plantas com flor), ausente nos musgos, nos quais, vivendo em ambientes sombrios e bastante húmidos, a água e os solutos se movimentam essencialmente por osmose e difusão.
Xilema O