Segunda lição de psicanalise
A histeria é uma forma de alteração degenerativa do sistema nervoso, que se manifesta pela fraqueza congênita do poder de síntese psíquica. Os pacientes histéricos seriam, desde o principio, incapazes de manter como um todo a multiplicidade dos processos mentais, e dai a dissociação psíquica. Contrariando, porem, esta suposta fraqueza mental dos pacientes histéricos, podem observar-se neles, alem dos fenômenos de capacidade diminuída, outros, por assim dizer compensadores, de exaltação parcial da eficiência. Quanto mais Freud prosseguia sozinho nas pesquisas, foi levado a outro ponto de vista a respeito da dissociação histérica (a divisão da consciência). Não partia de experiências de laboratórios e sim do trabalho terapêutico. O procedimento catártico exigia previamente a hipnose profunda do doente, pois só no estado hipnótico é que tinha este conhecimento das ligações patogênicas que em condições normais não percebia. Apesar de todos os esforços não conseguia hipnotizar senão parte de seus doentes, decidiu abandonar este método, tornando o procedimento catártico independente dele. Como não podia modificar a vontade o estado psíquico dos doentes, procurou agir mantendo-se em estado normal. Tratava-se de fazer o doente contar aquilo que ninguém, nem ele mesmo, sabia. As recordações esquecidas não se haviam perdido. Jaziam em poder do doente e pronta a ressurgir em associação com os fatos ainda sabidos, mas alguma força as detinha, obrigando-as a permanecer inconscientes. A existência desta força pode ser seguramente admitida, pois se sentia a potencia quando, em oposição a ela, tentavam trazer à consciência do doente as lembranças inconscientes. A força que mantinha o estado mórbido fazia-se sentir como resistência do enfermo. Para o estabelecimento do doente mostrou-se indispensável suprimir estas resistências. Partindo do mecanismo da cura, podia-se formar a ideia muito precisa da gênese da doença. As