Sede vacante
O trono sacro de Pedro a partir de 28 di februarii MMXIII estará vago. No Consistório Ordinário Público convocado pela S.S Bento XVI, este renunciou ao poder temporal e espiritual sob a população de mais de 1,3 bilhão de católico. Nos próximos dias a Cúria Romana em harmonia com o Colégio de Cardeais coordenarão os próximos e vitais passos dessa instituição bimilenar. O salesiano Tarcisio Bertone na condição nominal de Camerlengo desde 2007 comandará os procedimentos do Estado, contudo sem poder de providenciar decisões espirituais será incumbido também de assessorar a sucessão. A brevidade papal de Bento XVI será lembrado como tempo de reafirmação dos valores e dogmas tradicionais da Igreja. Em geral é senso muito comum colocar os princípios pétreos de Roma como palavras ao vento. Ledo engano, afinal os postulados papais regem e servem de parâmetros a evolução moral de toda humanidade. Colocar-se contra o uso de preservativos, contra o aborto, dispor-se contra as pseudos religiões insurgentes, ter rígida clareza contra a homossexualidade, o divórcio exige segurança doutrinária e rigor epistemológico da missão da Igreja. Sua leniência com a pedofilia eclesiástica será martelada pelos seus adversários. Por isso devemos condená-lo? Não. Pois não se muda ou se pune condutas de indivíduos numa mega hierarquia de um dia ao outro. Seus ritos, procedimentos e recursos mais parecem o ordenamento jurídico brasileiro que a eficácia de determinações de uma empresa de Eike Batista. Esse argumento não deve ser usado para protegê-lo, mas somente para que se entenda esta instituição. O Guardião dos Dogmas, como era chamado nos círculos próximos, será lembrado como homem de virtuosa fé, o arquiteto que enfrentou os modismos de seu tempo. Tempo este permeado de incertezas, da deriva sem farol na escuridão de noites turvas em mar revolto. Diferente do carisma de João Paulo II, o Papa que renunciou tem um sorriso um tanto irônico. Há quem diz ser o riso do sarcasmo