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Vítimas do acidente com césio-137 não recebem remédios há dois anos - Sustentabilidade - Estadão
Vítimas do acidente com césio137 não recebem remédios há dois anos
BRUNO DEIRO
12 Setembro 2012 | 22h 30
Acidente completa 25 anos; vítimas ainda brigam na Justiça por indenizações e medicamentos Vinte e cinco anos após o acidente radioativo em Goiânia, vítimas e trabalhadores envolvidos com a limpeza dos locais contaminados com césio-137 ainda brigam na Justiça para ter acesso a indenizações e medicamentos. Os remédios que combatem as doenças decorrentes da radiação não são distribuídos há quase dois anos.
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Hoje, cerca de 500 vítimas do acidente recebem pensão do Estado e apenas 164 têm assistência médica do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara).
Desde novembro de 2010, no entanto, foi cortada a verba do centro por uma questão burocrática – os R$
10 mil mensais necessários para a compra dos
medicamentos é um valor muito baixo para que seja feita uma licitação pública.
“Usávamos um fundo rotativo criado para compras emergenciais, mas, como era de uso contínuo, fomos proibidos”, diz André Luiz Souza, diretor-geral do Cara. Segundo ele, o centro aguarda por um parecer da Casa Civil. “Até o fim de outubro esperamos que seja aberto um precedente para que tenhamos autonomia de comprar estes remédios no varejo.”
Irmão de Devair Alves Ferreira – o dono do ferro velho em Goiânia que abriu o antigo aparelho de radiografia –, Odesson é um dos afetados pela ausência dos medicamentos. “Tenho um problema de próstata relacionado à contaminação e tive de parar de tomar a medicação, que custava R$ 300 por mês.”
Presidente da Associação de Vítimas do Césio-137 (AVCésio), Odesson afirma que as pensões tampouco contemplam todas as vítimas. “Esse número é insuficiente.