secilia
Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão...
Tu és a folha de outono voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão...
Nome:
Cecília Meireles
Nascimento:
07/11/1901
Natural:
Rio de Janeiro - RJ
Morte:
09/11/1964
Menu da Autora
Cecília Meireles
"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem