A violência como forma de espetáculo.
Introdução
A política do pão e circo não era, em uma leitura mais profunda, a razão da existência, o confinamento e treinamento dos gladiadores, porém, foi a interpretação mais conhecida que transpôs a academia. Ficou imprimido e cristalizado no imaginário coletivo, sendo explorada de maneira fecunda nas produções cinematográficas, assim como a teoria da romanização, na qual os anfiteatros conhecidos como símbolos do poder romano, que também dominou por décadas os cenários interpretativos dos combates.
Após a 2º Guerra Mundial, muitos pesquisadores assimilaram à noção da “plebe ociosa” a questão da violência implícita nos espetáculos, pouco comentadas até então. Esta nova possibilidade de análise difundiu um outro conceito muito arraigado na historiografia sobre os combates: a idéia de que as arquibancadas romanas eram freqüentadas por uma população pobre e desocupada, fascinada por espetáculos cruéis e sangrentos. (Garraffoni, Renata Senna. História São Paulo, v 24)
Segundo Garraffoni (2005, v.24, p.248), Paul Marie Veyne, em sua obra o pão e o circo, discorda que a plebe romana fosse uma massa apolítica e violenta, e sim que os anfiteatros era o local onde havia defrontação do imperador e o povo na luta de seus interesses
As lutas entre gladiadores era na sociedade romana um acontecimento singular, pois, combinava a violência do derramamento de sangue com as emoções do espetáculo.
1.0 Escravidão na Roma antiga A escravidão na Roma antiga tinha importância singular, pois, escravos eram usados e considerados por alguns estudiosos como a mola mestra da sociedade romana, desde o seu labor nos vários trabalhos que desenvolviam, até os famosos espetáculos promovidos com fins de entretenimento, a luta entre gladiadores. Estima se que cerca de 30% da população romana eram de escravos.
1.1 Categorias de escravos
Não podemos generalizar o conceito de escravos como um povo uno, pois entre