Se beber, não morra.

Eu me sentia um herói, não sabia bem qual a missão ou o bem que eu estava fazendo, se é que estava fazendo. Minha arma, digo, meu automóvel estava na velocidade de um cowboy fora da lei, nada poderia me deter. Calma, o que eu estava fazendo? Mais choque doutores, por favor. Acho que estacionei o meu carro em algum abismo desta cidade, não me recordo bem onde...Que dor de cabeça. Mas isso é culpa dos drinks descolados que eu tomei antes de vim parar aqui. Nada demais. A sociedade gástrica-médica me advertia, "O álcool corrói o organismo". Mas será que a sobriedade sabe que a pior corrosão é a de não querer ser o que eu era? Pera ai, o que to falando?! Será se ainda estou embriagado? Uma dose de morfina doutor, por favor, sem gelo. A propósito, bela gravata! Vocês não me escutam não é? Esse monólogo ta ficando cada vez mais chato. Diabo. Pare de apertar meu peito agora, sua mão é muito pesada!!! Acho que fiz alguma coisa errada, mas que droga, não está tão claro quanto a luz que vejo. Será se bati a cabeça? Talvez na hora em que estacionei bruscamente. E se os doutores continuarem a me ignorar terei que tomar uma providencia, astutamente. Ok, desisto. Bom estou indo para casa, me desconecte desses aparelhos e mande a conta. Não tão serenamente dou o primeiro passo no caminho de não sei muito bem onde porque ainda estou tonto, sou tonto. E quem quiser que fique aqui. Entrar pra historia é com vocês! Rip RIP,