Sdad
Gravidez na adolescência Sylvia Cavasin
Busca de autonomia? Passaporte para o universo adulto? Descuido? Submissão? Vulnerabilidade? Desejo de ser mãe...
Poderíamos apontar todas essas e muitas outras questões para compor o mosaico de possibilidades que levam uma mulher no início de sua vida reprodutiva tornar-se mãe; no entanto, a questão é muito mais complexa do que muitos/as de nós poderíamos imaginar, entram nesse jogo questões de diferentes ordens, que vão desde argumentos da subjetividade às condições de existência de cada adolescente que engravida. O importante é perceber que não existe um fator único que explique a causa de uma gravidez na adolescência, mas inúmeros fatores interconectados, estes, de natureza sócio-econômica e cultural.
As mulheres, ao longo da existência humana, têm tido filhos, cedo ou tarde, dependendo de mecanismos gerados pela própria sociedade. No Brasil, há pouco mais de um século, não havia estranhamento no fato de uma mulher de pouca idade se casar e gerar filhos no início de sua vida reprodutiva; a faixa etária entre 12 a 18 anos não tinha o caráter de passagem da infância para a vida adulta, tanto para os homens como para as mulheres.
Esse histórico nos remete à necessidade de revisitar a concepção de adolescência que temos hoje e lembrar que, enquanto construção social, a adolescência não está atrelada apenas a fatores de desenvolvimento físico e psicológico, mas a fatores econômicos e culturais determinantes do modelo de sociedade de cada época. Nesse sentido é necessário ter em vista que a forma de inserção da adolescência ou juventude na vida social adquire formas e importâncias diferenciadas ao longo da história, variando de sociedade para sociedade, de cultura para cultura e de acordo com o contexto econômico e tempo histórico.
Definições Segundo o Dicionário Aurélio,